A Fábula do Porco Assado e o Sistema que Não Podia Mudar

Autor desconhecido

🌳 A origem do método

Certa vez, um incêndio acidental num bosque assou alguns porcos. Os homens, acostumados à carne crua, provaram e adoraram o sabor. A partir daí, toda vez que queriam porco assado… incendiavam um bosque.

Com o tempo, criaram um SISTEMA para isso. Mas o método era falho: porcos queimados demais, outros crus. E como milhões dependiam da carne assada — e outros milhões do trabalho de assá-los — o sistema não podia falhar.

🏗️ A estrutura do sistema

Para manter o processo funcionando, foi criada uma estrutura gigantesca:

  • Incendiadores especializados por região, horário e estação
  • Anemotécnicos (especialistas em ventos)
  • Diretores de assamento, técnicas ígneas e reflorestamento
  • Comissão de treinamento em Porcologia
  • Instituto Superior de Cultura e Técnicas Alimentícias (ISCUTA)
  • Bureau de reforma igneooperativa

Milhões trabalhavam na preparação dos bosques e no controle dos porcos. Havia até universidades formando professores para construir instalações específicas para os animais.

📉 O problema do sistema

Apesar dos esforços, o sistema falhava cada vez mais. Congressos, seminários e conferências eram realizados anualmente — sempre com novas teorias, mas sem soluções práticas. As causas do fracasso eram atribuídas a:

  • Indisciplina dos porcos
  • Natureza instável do fogo
  • Árvores verdes demais
  • Umidade da terra
  • Meteorologia imprecisa

💡 A proposta de João Bom-Senso

Um incendiador chamado João Bom-Senso sugeriu algo simples: matar o porco, limpá-lo, cortá-lo e assá-lo sobre brasas — sem incêndios, sem complexidade.

Mas sua ideia foi rejeitada. O diretor geral argumentou:

“E os anemotécnicos? Os especialistas em sementes? Os engenheiros em Porcopirotecnia? O senhor quer acabar com tudo isso?”

João não soube responder. E foi aconselhado a não insistir — para o seu próprio bem.

🧠 A moral da história

João saiu calado e nunca mais foi visto. Desde então, em reuniões de Reforma e Melhoramentos, todos dizem:

“Falta o Bom-Senso.”

Colaboração: Bento Viana


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